Autor: Darci Garçon
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Sic transit gloria mundi*. Anos 60. Eu ouvia essa frase em várias situações, pronunciada pelo meu pai, principalmente quando o prefeito local passava com a sua reluzente Belair, ignorando as pessoas com as quais cruzava pelas ruas da cidadezinha. Está escrita em papeizinhos espalhados em casa e no escritório para me lembrar que humildade é um dos mais preciosos e saudáveis atributos que uma pessoa pode carregar.
Certamente você conhece pessoas que quebraram a cara, se deram mal nas suas intenções e eram exibicionistas, demonstrando excesso de vaidade e/ou arrogância. É comum encontrá-las em diferentes lugares mas o palco corporativo talvez seja o local onde elas mais procuram aparecer.
Falando em mundo corporativo, vem à sua memória a imagem de alguém com quem você trabalhou, que chegou lá no topo e, de repente, o brilho, o status e o poder subiu-lhe à cabeça ? Essa pessoa assumiu um cargo importante, salário alto, bônus, reverências e badalação e, então, com todas essas mordomias, começou a se sentir alguém diferenciado, o mais inteligente, o mais competente. A partir daí, sente-se à vontade para espezinhar seus subordinados, menosprezar seus pares, fazer politicagem para levar vantagem e, em algumas circunstâncias, “puxar o tapete” dos que se atreverem a defrontá-lo ou competir com ele ou não o aceitarem como o rei da cocada.
Pois bem. As pessoas com tais requisitos dificilmente sobrevivem por muito tempo no emprego ou na empresa onde trabalham. Há também exemplos desses profissionais, famosos e conhecidos, que foram admitidos em empresas em situação financeira complexa como salvadores da pátria e acabaram afundando-as ainda mais. Acontece que, em algum momento, a casa cairá e será necessário buscar outro emprego. Estará disponível no mercado de trabalho deverá buscar oportunidades de emprego em outras empresas devendo apoiar-se no networking que constituiu ao longo da sua carreira. Deverá buscar a ajuda dos amigos e conhecidos, o principal meio para conseguir recolocação, segundo pesquisas realizadas no país. A partir daí, a reputação conquistada ao longo dos anos ajudará ou atrapalhará nessa busca.
Reputação é consequência das atitudes, da forma como estabelecemos relacionamento com as pessoas que nos cercam. É por meio deste procedimento que nos tornamos respeitados ou detestados pelas pessoas com as quais convivemos. Se construímos reputação positiva, muitas destas pessoas nos serão solidárias quando precisarmos do apoio delas.
Como você reagiria se seu ex-chefe ou ex-colega de empresa, grosseiro, desrespeitoso, arrogante e exibicionista, que o subestimou e nunca valorizou ou reconheceu o seu trabalho, agora desempregado, o procurasse para pedir ajuda? Daria “uma força” para ele ?
Nem pensar. Ele que se vire…
E a empresa, onde entra nessa ? Sem dúvida que se trata de uma situação embaraçosa e o mais comum é essa criatura ser demitida sem maiores explicações. Mas cabe ao RH ou ao superior imediato dessa pessoa procurar contornar a situação desde o momento em que o problema for detectado. Ninguém muda o seu modo de ser se não recebe um feedback e nem é cobrado por mudança.
Veja se é o seu caso. Como está sua reputação ? Não custa nada ouvir algum amigo ou colega de trabalho e mudar, se for o caso.
*Toda glória do mundo é transitória.
Caro leitor
Tenho curiosidade de saber se você, conviveu com alguém com esse perfil. Mande seus comentários para tag.dgarcon@uol.com.br