Autor: Darci Garçon
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Ao longo de minha carreira como executivo de empresas e como headhunter sempre achei que os assuntos que passo apresentar são indispensáveis num processo de seleção. E pelo que estamos vendo neste momento, eles não são tão importantes ou deixarão de ter alguma importância dada a influência da tecnologia. Acho que logo seremos substituídos por robôs…
Sempre considerei o cara a cara como determinante num processo de seleção podendo definir o fim ou a continuidade de um profissional na disputa por uma posição. O currículo contém informações não emocionais e objetivas ligadas ao segmento de origem, cargos ocupados, atividades desenvolvidas, tempo de experiência, estabilidade e outros de menor importância como idade, estado civil, bairro onde reside. Esta é a primeira etapa da triagem que fazemos.
Em seguida, vem a entrevista e é por meio dela e da intuição que avaliamos a inteligência emocional dos candidatos. IE, segundo Daniel Goleman, significa administrar sentimentos de forma a expressá-los adequadamente permitindo que as pessoas trabalhem juntas, tranquilas, visando suas metas comuns. Vem a ser o conjunto de competências pessoais, dentre elas, empatia, liderança, comunicação, adaptabilidade, influência, trabalho em equipe
Já antes do embalo da pandemia, entrevistas têm sido feitas on line, home office, e isso traz algumas vantagens, pois dessa maneira podemos agilizar o acesso a candidatos, evitar problemas de locomoção tanto do entrevistado quando do entrevistador e aceitar o conselho das autoridades de permanecer em casa.
Lembremo-nos, no entanto, de um fato importante que vem ocorrendo nos tempos atuais: as empresas estão valorizando mais as competências pessoais do que conhecimento técnico ou experiência. Usando uma terminologia já bem antiga, valorizando mais Atitude do que Habilidade e Conhecimento. Isso reforça a ideia de que a capacidade de perceber e interpretar reações e emoções dos candidatos deve ser o ponto forte do selecionador.
Olhando por esse prisma, tenho minhas dúvidas e daí surge a minha pergunta: isso é possível on line, por skype ? Mais, o computador nos permite perceber se os atributos pessoais e emocionais apresentado pelo candidatos afinam com os que compõem o perfil do cargo definido pelo requisitante, apenas encarando-o do outro lado da linha ?
Por enquanto vou resistir a essa mudança. Poderei fazer abordagens por Skype mas não dispensarei o contato pessoal, o cara a cara, para decidir se encaminho ou não cada candidato e ter mais segurança de que todos se enquadram no perfil comportamental definido pelo nosso cliente.